CICATRIZ TRIUNFAL.
Sou rápido no gatilho na hora de tecer minhas sombras,
como candango bêbado busco a fonte do meu medo,
do meu rastro, da minha cicatriz triunfal.
Percebi as nódoas requebradas do vazio,
o riso dissecado dos curtumes da fé
e meu ser feliz, todo meu ser feliz.
Olho nos vãos das almas e nada encontro,
ou tudo encontro, quem sabe,
sou fiel aos passos dados com indecência do meu
Deus, seja isso o que for.
Sei atracar numa âncora insana e ludibriar meus cantos,
todos eles. Tiro o pó da minha vergonha
só pra desnudar-me quando der na telha.
Assim vou expulsar cada poro traidor que teimar em ficar
perene em mim.
Então, vadio que sou, corro pra acolher seus pobres desencantos
como se fossem ventos bastardos,
ventos bastardos saídos do meu corroído útero ateu.
E assim esquecer minha voz, meu tempo, minha fantasia
ainda virgem, ainda rouca de suor.
E por fim, destronado desta solidão azeda,
acordo mais palhaço, menos carrasco
e mais chão. Muito mais chão, pode acreditar.
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