Deusa
Das rubras nuvens supérfluo
Dos desejos as portas abertas
Das maldades as vagas singulares
Dos amantes as saudades
Das bobagens as máximas autoridades
Enquanto do mar o azul profundo
Do olhar o juramento justo
Das palavras a melodia de um duro dia
E do naufrago a sereia por um tempo
No campo das brancas vestes longas
Um sorriso se ilumina à beira mar
E se as águas nos joga sem sentido
Como vou acreditar nos orixás
Entre um passo e um passa tempo
Vem um grande terreno
Quanta coragem é preciso
Para se chegar em algum lugar
E nas plantações o verde domina
E a morte ruge no sopro da noite
em alguma colina verdejante
Ao entardecer o corpo cansado
E das mãos calosas um longo afeto
Das mais lindas canções uma promessa
E nas saudades um punhalada certa
E a flor mucha e cativa
Falta adubo para a terra improdutiva.