Mau grado

Acordei me sentindo só.

Vãs repetições.

Será que posso escolher meu diálogo?

Não,

prefiro um monólogo onde eu consiga conversar comigo e me entender.

As palavras falsas,

deixei-as onde me disseram.

Mas ficaram só as palavras,

o sentido me atingiu.

Cheguei aqui imensamente confusa e perdida.

De onde eu vim as coisas eram simples e intensas,

porém sinceras.

Mau grado meu,

cheguei,

não posso sair daqui.

Por que eu fiquei presa aqui?

Eu só queria entender esse lugar e seus habitantes.

A saudade de um lugar do qual não me lembro a localização.

Não sei voltar pra lá,

mas me sinto muito só aqui.

Não me vêem,

não me ouvem,

não me entendem.

Saúdo-os a meio braço,

me ignoram.

Pisam, batem, decepam os sonhos.

E vão embora,

como se fosse normal tampar o sol com uma única mão.

A mão da indiferença.