DOR QUE EMBRIAGA

DOR QUE EMBRIAGA

Os anos passam e lembranças retornam.

Duras palavras ouvidas ao entardecer

Tornam-na trôpega ao lado da avenida,

Como uma bêbada que anda desvalida.

Mal enxergava a rua, pensa enlouquecer,

Quando o tocar de sinos, além, entornam.

Acordada subitamente do seu torpor,

Guia-se pelo som, seguindo a direção.

Escolhe os caminhos mecanicamente...

Detém-se numa igreja, já penitente,

Sentindo conforto no lar de oração.

Os ombros ela ergueu e viu o Pastor.

O coração ferido expandiu e sangrou...

Descerrou-se em lágrimas e expressões,

Fitando Jesus Cristo de braços abertos.

Carecia que entendessem seus desertos.

O clérigo, após ouvir as suas confissões,

Rogou a Deus um olhar, e ela se consagrou.

Dalva da Trindade S. Oliveira

(Dalva Trindade)

Fevereiro 2015

Esta é uma das três poesias publicadas no Volume VIII de Poesias Encantadas - Antologia Poética Nacional. Participei de todos os Volumes dessa Antologia Poética com, no mínimo, duas poesias em cada um.