CASMURRO

Naco de pão sem água doce pra beber.

Tiro no escudo, frete caro, carro de boi.

Ardem as mãos sem nada pra esconder

Treme meu ser.

Teme o meu ser...

Mundo azul azulado, meio amarelo

Ciscam frenéticos os dois morcegos

Peito embalado aos nãos do martelo.

Valseiam mudos, puro encanto, sem apegos.

Veneno sorvido em lava, vulcão.

Casmurro destino, vitória certa.

Língua de trapo no limbo inserta.

Vida e sorte entre o sim e o não.

Entre o sim e o não?

Maldito seja o dia do sim.

Maldito seja o dia do não.

Ancelma Bernardos
Enviado por Ancelma Bernardos em 07/07/2015
Reeditado em 13/07/2015
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