Senti como se me chamasses.
Em meio à noite,
estática na escuridão da madrugada,
meus sonhos despertaram subitamente
e me chamavas.
Não era meu nome,
nem um som ecoou pelas estrelas,
sem luz e sem luar.
Te ouvi, mas não falavas,
simplesmente chamavas como se penetrasses no meu sono,
como se eu fosse apenas alma.
E se alma fossem meus sentimentos,
e alma estivesses em meus momentos.
Senti que me envolvias.
Acolhi teu chamado,
descobri todos meus anseios,
revoei por ti meus devaneios,
não pensei,
não planejei.
Encontrei-me no encontro de tua chama,
acendi meus desejos entre teus olhos
e abracei em ânsias o teu ser.
Aqui estou.
Não sou farsa, nem imagem.
Sou tua sombra e vou perseguindo os teus passos.
Sou retorno e tua viagem.
Chego a ti inteira,
possessiva e dominada,
fico contigo até que exausta
me conduzas ao sono e à noite dos teus sonhos.
Sou amor.