Retropoética
No acalanto dos anos, os meus versos
me ninam devagarinho...
Estou na inocência dos setenta
e minha poesia faz beicinho
quando, dos meus versos, a quimera se ausenta.
No acalanto dos anos,
navegam, meu coração e a minha mente,
por oceanos de emoções e de lembranças...
Revejo-me, poeta insano, febrilmente,
rimando ilusões com esperanças....
Rimava louco, acalentando o perigo
da loucura, que agora se revela:
Mesmo a ilusão que nunca dormiu comigo,
não escapou de que eu - com todos os meus pecados -
dormisse muitas noites com ela!....