A PORRA
primeiro pingo, segundo pingo, terceiro pingo,
uma multidão de respingos!...
um liquido, nem tão líquido
de cor branca, nem tão branca,
vaza do pau feliz
a explodir
num holocausto duma idiotice sem idade
[juventude, velhice, solidão]
para o campeonato de bronhas de quem esporra mais alto
a porra encruada
ao Himalaia – inalcançável – do sarrafo na parede
um salpico, dois salpicos, três salpicos:
uma multidão em esparramo!...
[ejaculação indócil, esporro da porra, palavrões aos xingos]
Leite de Rosas, nem tão leite.
de quentura morna, nem tão morna,
jato do pau feliz
que enxota
procriações em qualquer estado de adultice,
para que as sementes vinguem
também em cus,
apesar de tentar e retentar enxertos
em úteros de gelo-seco
uma enxurrada, duas enxurradas, três enxurradas:
uma multidão de silêncios!...
mordo teu palavrão calado e tua pausa,
aos beijos; e molho
[teus olhos em brasa, teus ombros pro alto, teu pescoço de entrega].
com a porra
que de mim provocaste.