"Infância"
Recordo a infância
tempo sem ganância
na roça trabalhando
e a chuva molhando.
Lembro o rio cheio
e eu pelo meio
observando da ponte
o belo horizonte.
Pisando na lama
por prazer sem fama
e chegar maneiro
ao grande atoleiro.
Plantar o feijão
no molhado chão
o milho chegava
a enramar a fava.
Da nuvem bem turva
os banhos de chuva
não tinha barreira
água da goteira.
Das noites de frio
lembro-me do brio
o lençol bem grosso
era o meu colosso.
Tempo framaterno
era o inverno
bem regular
a terra a molhar.