MEU FORMIDÁVEL LADRAR:
Este formidável silêncio noturno
Muito me apraz.
Quando estou dormindo para o nada...
Quando nada sinto que sou
Enquanto vivo...
O sossego da noite que orvalha Minh ‘alma
Acentua-se no silêncio das coisas que se acalma
O que mais se acentua me atordoa
O silêncio que murmura aos meus ouvidos
Coisas que não há no escuro da madrugada.
Ah, não me é formidável ou apraz-me
O esparso ladrar de cães de guarda noturno
Por fazer quebrar-se o noturno murmúrio do nada.
Como eu queria ladrar à noite!
Para não ser fiel aos que ladram sociedade a fio.
Contudo me é formidável o estrepe essencial
De ser consciente.