MEU FORMIDÁVEL LADRAR:

Este formidável silêncio noturno

Muito me apraz.

Quando estou dormindo para o nada...

Quando nada sinto que sou

Enquanto vivo...

O sossego da noite que orvalha Minh ‘alma

Acentua-se no silêncio das coisas que se acalma

O que mais se acentua me atordoa

O silêncio que murmura aos meus ouvidos

Coisas que não há no escuro da madrugada.

Ah, não me é formidável ou apraz-me

O esparso ladrar de cães de guarda noturno

Por fazer quebrar-se o noturno murmúrio do nada.

Como eu queria ladrar à noite!

Para não ser fiel aos que ladram sociedade a fio.

Contudo me é formidável o estrepe essencial

De ser consciente.

Nicola Vital
Enviado por Nicola Vital em 04/07/2015
Reeditado em 02/01/2019
Código do texto: T5299708
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