À DERIVA

Admiro a tempestade:
tempestade que ribomba,
que berra, que ruge,
que ronca,
estralejando bravia,
cortando o céu em pedaços, 
quebrando a monotonia,
retumbando a cada passo.

Abomino a calmaria
que não esbraveja, não grita,
e faz-me andar à deriva
sem qualquer perspectiva
presa à sina tão comum:
querendo vogar pelo mundo,
não indo a lugar algum.



 
Atendendo ao convite
da amiga  Milla Pereira,
eis minha contribuição ao Sarau Literário.