NÃO SEI

Onde jazem as estrelas que através de seus olhos preenchiam os céus?

Onde se esconde o vento que acariciava minha pele como toque seu?

Onde repousa o amor que saciava minha fome?

Talvez em outros braços e abraços, perdido na ânsia de preencher a ausência

Talvez cativo da mesma dor que subjuga minha vontade e fere meu viver

Não sei

O silêncio me tomou, seu frio me calou

Somos pedra moldada do mesmo material

Fiz-me rocha para não esvair em água

A mudez do seu querer secou minha alma, que antes vertia amor sem fim

Sua indiferença me contagiou e hoje repouso anestesiada dentro de mim

Esquecida de como é sorrir, e sem motivo para seguir ou permanecer

Já não quero saber

Hoje deixo que a vida me leve

Sem desejo de lutar

Para quê?

De todas as guerras que travei, sai vencida e ferida

Agora me resta juntar os pedaços do que se partiu

E esperar que o amanhã me encontre

No mesmo lugar onde me deixou o ontem

Sem cor, sem viço, sem pressa

Do avesso

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