versos de mim
não quero suas opiniões na minha estante,
nada seu, obstante.
livre-se do meu caminho impetuoso
ou mostrarei a ti meu riso mais orgulhoso.
não curto tagarelas, boca aberta.
sempre há de me fazerem tropeçar,
por entre escadas e onde alcançar.
não serei um brinquedo, não baterei na sua porta.
segurarei nas mãos de meus fantasmas
como numa multidão, sem sorrisos, todas pasmas.
estarei sempre na ponta da maior montanha,
esperando a lucidez com clareza e façanha.
então agradeça por se livrar de mim,
não sou de confiança e adoro o silêncio do meu olhar.
estou sempre à beira de um vidro que se quebra
e nunca aprenderei como amar.