Sozinha
Falo sozinha
Pra dissipar
A solidão
Tristeza que ecoa
Nas veias
Células tortas, remotas
Torturas desprazeirosas
Faço da janela
Abertura pra vida
Descanso pra alma
Cansada de ser só
Faço da noite
Das estrelas companhia
Lua, vento, alquimia
Riso, choro
Pena e papel
Com a manhã
Amanhecem as lembranças
Do eco do anoitecer
Sou, então, companheira
Dos passarinhos
Fagueiros, fazendo ninho
E das rosas em botão
Dia sim, outro talvez
Sou alforje do contentamento
Simples desamazelamento
Das chagas, feridas perdidas
No abismo da minha própria luz
Que míngua
Quando reluz