Sozinha

Falo sozinha

Pra dissipar

A solidão

Tristeza que ecoa

Nas veias

Células tortas, remotas

Torturas desprazeirosas

Faço da janela

Abertura pra vida

Descanso pra alma

Cansada de ser só

Faço da noite

Das estrelas companhia

Lua, vento, alquimia

Riso, choro

Pena e papel

Com a manhã

Amanhecem as lembranças

Do eco do anoitecer

Sou, então, companheira

Dos passarinhos

Fagueiros, fazendo ninho

E das rosas em botão

Dia sim, outro talvez

Sou alforje do contentamento

Simples desamazelamento

Das chagas, feridas perdidas

No abismo da minha própria luz

Que míngua

Quando reluz

Caroline Schneider
Enviado por Caroline Schneider em 16/06/2007
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