mar fechado

momentos repentinos.

sim, digo que sim mas previsto

o mesmo respirar, doença

o mesmo amor, o de sempre, sinto.

viagem num círculo.

palavras iguais, infinitamente

sinônimas do vício,

meu modo ambíguo não se parece

e nem é como teu olhar vadio.

o mar está adentro do meu navio,

ele está ao centro, por dentro

caindo num precipício.

remitindo minhas vontades, líquido.

preenchendo-me com os seus oceanos, vazio.

não tentarei atravessá-lo

pois desisti de mim há muito tempo atrás.

só não perco o canto da sereia.

lá, o medo está detrás

e é só isso que me tornas um mar fechado.

deixe-me em paz,

quero afogar-me nas ondas das minhas próprias agonias

Leomas Hercules
Enviado por Leomas Hercules em 30/06/2015
Reeditado em 30/06/2015
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