mar fechado
momentos repentinos.
sim, digo que sim mas previsto
o mesmo respirar, doença
o mesmo amor, o de sempre, sinto.
viagem num círculo.
palavras iguais, infinitamente
sinônimas do vício,
meu modo ambíguo não se parece
e nem é como teu olhar vadio.
o mar está adentro do meu navio,
ele está ao centro, por dentro
caindo num precipício.
remitindo minhas vontades, líquido.
preenchendo-me com os seus oceanos, vazio.
não tentarei atravessá-lo
pois desisti de mim há muito tempo atrás.
só não perco o canto da sereia.
lá, o medo está detrás
e é só isso que me tornas um mar fechado.
deixe-me em paz,
quero afogar-me nas ondas das minhas próprias agonias