Espaços Secretos

Em minha alma há um espaço escondido

Que abriga um desejo singular

Há momentos em que eu o sinto perdido

Por entre as vontades, tristonho, a vagar

Minha alma o reconhece

Desde outra dimensão

Em sua solidão jamais esquece

O sabor da mais intensa ilusão

Há que se perpetuar pela eternidade

A docilidade que o envolve ternamente

E há que se perder por entre os anéis da idade

A fragilidade que o conserva intermitente

Em minha alma há um espaço proibido

Onde vive aprisionado um duende

Alegre, infantil, quase atrevido

Mas que ninguém, jamais o compreende

Minha alma o acolhe com ternura

Alimentando-o em sua prisão

O seu confinamento é uma tortura

A derramar toda amargura,

Em meu próprio coração

Há que se criar uma brecha no tempo

Por onde ele possa, finalmente se expressar

E há que se permitir ao desatento

Um vão momento para se libertar

Em minha alma há este duende a desejar

Um vôo aos pés do Cristo Redentor

Há um espaço vago, que teima em pulsar.

Vibrando com loucura o meu amor

Priscila de Loureiro Coelho

Priscila de Loureiro Coelho
Enviado por Priscila de Loureiro Coelho em 27/02/2005
Código do texto: T5294