Espaços Secretos
Em minha alma há um espaço escondido
Que abriga um desejo singular
Há momentos em que eu o sinto perdido
Por entre as vontades, tristonho, a vagar
Minha alma o reconhece
Desde outra dimensão
Em sua solidão jamais esquece
O sabor da mais intensa ilusão
Há que se perpetuar pela eternidade
A docilidade que o envolve ternamente
E há que se perder por entre os anéis da idade
A fragilidade que o conserva intermitente
Em minha alma há um espaço proibido
Onde vive aprisionado um duende
Alegre, infantil, quase atrevido
Mas que ninguém, jamais o compreende
Minha alma o acolhe com ternura
Alimentando-o em sua prisão
O seu confinamento é uma tortura
A derramar toda amargura,
Em meu próprio coração
Há que se criar uma brecha no tempo
Por onde ele possa, finalmente se expressar
E há que se permitir ao desatento
Um vão momento para se libertar
Em minha alma há este duende a desejar
Um vôo aos pés do Cristo Redentor
Há um espaço vago, que teima em pulsar.
Vibrando com loucura o meu amor
Priscila de Loureiro Coelho