Dizeres - Sarau Poético Virtual 1

Não quero enfeitar demais essa porta

que me abriu a vida,

eu continuo una na minha substância intangível

eu fui acrescida de uma esperança;

no passado, com olhos de presente,

ria dos sonhos encarcerados

nas histórias de minhas fadas infantis;

o agora trouxe razões para acordar a criança

animar a figura envelhecida de mim mesma;

a porta tem uma fresta

e já me creio eu nela

passada passante

ultrapassante;

os caminhos que até ela me levaram

me fecharam os olhos dos homens,

ela viveu em mim expectativa

e floresceu em mim realidade;

será que a porta tem fundos?

será uma porta que leva às nuvens?

a vassoura galopava

por um mundo sem portas

eu receio passar pela porta sem mundo.

Observação: Este texto faz parte do desafio proposto pelos escritores Hics e Allba Ayko (colegas do Recanto a quem agradeço pelo convite) para que publique quatro poemas durante quatro dias consecutivos, ao mesmo tempo em que cito quatro autores para fazerem parte do Sarau Poético Virtual. Convido os autores Antonio Tavares de Lima, Téo Diniz, Tomás Santos e J. Estanislau Filho para que me acompanhem no referido Sarau. Muito obrigada pela atenção.