Viver é ler um livro
Viver é ter a suavidade
De abraçar a vida
Num simples encontro de ideias
Transformando a angústia
Num silêncio suave
Que interage com o tempo sem sentido
Para debruçar na janela o meu sonho
E ser observada
Pelo orvalho em desenhos
E num jardim da vida
Falo com Deus segredos
Todos gravados em pedra sabão
Viver é ter a solidão como companhia
Para que a luz perpasse
Em raios a cortar as sombras
Deixando definido
Tudo que sei e não sinto
Na tarde estreita onde escorrem
Minhas dúvidas
Viver é ler um livro
Num dia de chuva molhado
E deixo claro que na chuva e na vida
Me molho inteira
Na consciência de lavar o capricho
Que muda o dia
Com a suave tristeza que roça
O meu sentir deserto
Sigo a viver numa dualidade
Entre mim e eu
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