Confinamento
Quem se doa em ligação
compreende aqueles que amam
Braços que se agregam
Olhares numa mesma direção...
Confinamento de uma poetisa
A zombar das paredes
Que a cercam...
Tecendo tramas de afeições
Bordadas com miçangas de esperanças
...tece tecendo a si mesma
Num amor não correspondido!
Pobre poetisa...
...tece incompreendida!
Em silêncio a calar
as vozes que ecoam...
Depois de germinada a semente
o amor começa a crescer...
Pobre poetisa...
Sempre podando as raízes
e esperando colher...
Colher o quê?Frutos?
Da emoção?...
Impossível... se não cultivar!
Por cativá-la chega ao destino
Custe o que custar...
Pobre poetisa... sou eu...
Por um poeta fui me apaixonar
Apenas mais um ser humano
E ofereço a ti o que cada um pode dar
O amor... a espera ...a proeza...
Até as misérias
que fazem parte das minhas riquezas!
Não procure no papel ou em mim
mas nos versos das minhas poesias...
Escrevo em fartos espaços e
pra não me afogar no seu mar,
me afogo em minhas poesias,
que me embriaga...
e agora me afogo em lágrimas
enclausurada nesse estranho conforto
de viver por te amar!