Sem mapa

Andei a pé pelas ruas da cidade

Observando a luz da lua, e só!

As estrelas, preocupadas,

se juntaram como guias.

Mesmo assim, fui atrás de mim

pra assegurar que meus passos

Não acabassem na próxima esquina.

Os canteiros da avenida

Se falassem, certamente,

Pediriam que por obséquio

Eu deixasse de ser débil e

Voltasse a andar sobre a rua de paralelepidos.

E os coqueiros, também

Não ficariam calados. 

Insultariam a minha serenata

de lamúrias e reflexões

Interminaveis!

Fiquei cego uma ou duas vezes

com os faróis dos carros.

Pra não cair, me apoiei ao frio.

O frio!

Talvez, fosse ele um bom companheiro

Mas, optei por ser hostil e expulsa-ló

Do meu psicológico.

Também, talvez, pode ser que eu

tenha sido sensato ao fazê-lo

já que meu psicológico

não apresentava nada de São.

Enfim, expulsei o e continuei

vagando sem rumo, sem mapa,

a procura de mim.

- H. M. B -

Héryton Machado Barbosa
Enviado por Héryton Machado Barbosa em 27/06/2015
Código do texto: T5291713
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.