Talvez sangue, talvez mar
O poema cresce
onde a essência floresce
e o corpo morre...
Fachos insustentáveis de sol
domam a harmonia do mundo,
desfilam minúsculas poesias
em sagradas partículas
No pólen, ao regaço do vento,
rasteja-se o jardim do tempo
em genuíno balé de fonemas
sobre o dorso da escrita
[ Às janelas do poema
adentra-se toda a vida ]
adentra-se toda a vida ]
A face desamparada das horas
ferve agora à voragem da folha,
lateja o voo... o gosto...
em seu recolhimento delirante de amor
Bebemos trevas e luz,
estamos dentro, respiramos dentro,
essa linguagem de mãos livres e múltiplas
E já não há silêncio de chão
que sustente o pulso dos versos :
todo solo germina, invade a pupila
... toda a alma se derrama em flor...