Vestido de alma
De hoje em diante não mais jurarei:
_ Desnudarei meu corpo, perderei a vergonha de vez!
Não mais! As palavras me enganam...! Que bobagem a
minha, eu sei, desnudar meu corpo no intuito de quê?
Seria grosseiro às vistas, não me completa esta jura!
Mas de uma coisa me certifico, minh'alma, porém,
entenda, vestida sempre estará!
Assim me enganam as palavras, vazias e emaranhadas,
de uma vida que sofre por tudo e sente de tudo a nada!
Não me comprometo a jurar, todavia comprometo-me
estar vestido de alma até numa hora dessas, num dia
qualquer eu voar e pousar!