Deito o meu olhar
Troco uma vida achada
Que escorre
Na parede rala da alma
Num fio de lágrima
A separar a seiva em sílabas
E no silêncio da noite
Deito o meu olhar
E danço sozinha
Para alargar o brilho
Que rabisca os ares da vida
Cortado pela meia lua
Em tráfego
Troco o dia que vejo na lágrima
Escrevo no escuro
E olho as partes do seu pensar
Que passa no espelho
Caminho em silêncio
Pela visão descrita
De todos os desabitados
Que passam pela rua nua
Também desfaço os prantos vindos
Caídos do meu signo
Numa noite cheia de virtudes
Que lateja na paixão que sinto
E no silêncio sem palavras
De um tempo sem passado
Perpasso à toa
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