CONJUMINANDO-ME

Conservo dentro do âmago de mim,

Lembranças abandonadamente esquecidas...

Sentimentos que atropelam minhas palavras

E me distraem de mim mesma.

Momentos que vagarosamente me incendiavam

Com chamas de pensamentos já adormecidos,

Faíscas que ficaram ao longo do tempo

Queimando meu interior.

Brotam relatos inebriantes de ti com lapsos de saudades

Meu coração entorpecido de sua ausência,

Reflexos de excesso de teu outono em meu corpo

Como se nada mais fizesse sentido!

Meus olhos úmidos sem verdades absolutas!

Negam impiedosamente a despeito de instantes marcados.

Ainda assim...

Seguem a diante na melancolia da estrada...

“Já que é longe demais voltar a trás!”

Senti intensamente a vida antes que ela passasse...

Transmigrando fragmentos de mim em ondas de saudades,

Para o mar do meu desejo.

E entre regressos e despedidas que tenazmente me devoram

Reponho lenhas nos meus sonhos antes que se apaguem.

E me retiro...

Antes que encontrem ossadas das minhas palavras

Soterrada de desânimo...

Não deveria ser julgada pelo nítido

Moro nas entrelinhas...

E sou apenas um copidesque,

As vezes um tanto autêntica por demais!

construindo-me a cada instante vivido,

Até que não haja mais...

By Joelma Antunes.

Joelminha
Enviado por Joelminha em 25/06/2015
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