Passaram-se trinta anos


No intervalo entre um e outro paciente,
Penso no passado e na escolha da profissão,
Tão jovem formei, com 21 anos,
E não tinha ciência da minha missão.

Passaram-se trinta anos e aqui estou amadurecendo,
Compartilhando a Odontologia com a nova geração,
Vejo o brilho nos olhos e os corações aquecendo,
De sonhos, desejos e grande empolgação.

O dentista experiente ou não, é um artesão,
Molda, reconstrói e reabilita a boca e a emoção,
Mexe com o corpo e o coração,
Ao levantar a autoestima em toda situação.

E muitas vezes o paciente só quer conversar,
Não se interessa pelo dente tratar,
Encontra no dentista, alguém para amparar,
Suas carências... sua solidão ao nos procurar.

Os mais ternos, ouvem com paciência,
Outros logo querem trabalhar,
Mas ambos tem consciência,
Que ali tem um ser que precisa respeitar.


Então na consulta, conversa e faz a avaliação,
Depois vai para o equipo trabalhar,
Volta para fazer a prescrição,
E na rotina, vai treinando o verbo resignar.

E na paciência adquirida e vivenciada,
Depois de trinta anos flexionando o verbo trabalhar,
ainda vejo uma longa estrada,
Para aperfeiçoar e vivenciar o verbo amar.


(Atualizada em 25 de outubro de 2016)
Jane Azevedo
Enviado por Jane Azevedo em 25/06/2015
Reeditado em 25/10/2016
Código do texto: T5288951
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