Meandros do amor
Dos meandros do amor
nem os mais malandros sabem,
pois prá ser amor há de conter novidades
e sentidos vários não imaginados antes,
há de causar arroubos e rompantes,
há de dar calafrios na barriga,
há de por o dedo na ferida
para depois curá-la.
Dos meandros do amor
não há poeta que os saiba,
pois do amor será sempre cobaia,
como bicho correndo em círculos
perseguindo-lhe os caprichos.
Dos meandros do amor
não há absolutos derradeiros,
somente que se não for inteiro,
na inteireza de uma verdade,
não terá sido genuíno amor,
mas só amor pela metade.
Março/MMXV