Em cena ação
Debruçado em minha janela,
observo lá fora um mundo pulsar.
Vejo a moça tímida, que passa,
com seu olhar para o chão,
e o menino de uniforme,
carregando os seus livros,
onde aprende a lição.
Lá vai o humilde operário,
com a marmita companheira,
começar sua trabalheira,
para receber o ganha pão.
Vejo a esposa a se despedir
do marido no portão,
que inicia sua labuta,
dirigindo um caminhão.
Vejo o jovem marombeiro,
passeando com seu cão,
e a mocinha enfeitada,
se sentindo toda prosa,
procurando um namorado,
para viver sua paixão.
E eu, grudado na janela,
vejo mágoas e tristezas,
e alegria em profusão,
e como se fosse uma tela,
faço disso uma novela,
para enganar meu coração!