ESSÊNCIA

ESSÊNCIA

ESSÊNCIA

Choveu letras em mim

E eu descalça

aproveitei a lama que coloria os meus pés

que já nem lembravam daqueles velhos sapatos rasgados

Foram abandonados pelo meio do caminho...

Numa esquina onde passava um gato preto

Pouco importava

se era garoa ou tempestade

se eu me conservara inteira ou metade

E qualquer caramelo envolvido em papel de embrulho

Era ouro que reluzia

no claro ou no escuro...

Mas eu não vivo de embalagens

Abri o caramelo

e segui viagem....

Conceição Castro
Enviado por Conceição Castro em 23/06/2015
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