INfinitude

Quem

ou

o que

diz que o poema se findou?

Poema é lágrima que escorre,

mancha o papel em branco,

consegue destruí-lo

num furo gráfico

e toca o chão,

incólume.

Poema não termina no ponto final

- que eu garanto ser

dispensável,

apesar de usar por

PROSAICO

que sou -,

pois cisma em

ir para a pele,

arrepiar cada pelo,

invadir as rasas narinas,

inundar os pulmões

e aquecer

o

CORAÇÃO.

Poema é música

que termina

e ainda ecoa na mente

- mas este gênero

possui a especialidade

de ecoar no peito

e, por tal razão,

é o mais perfeito

em sua

IMPERFEIÇÃO.

Poderia eu pôr

um ponto aqui e findar este

poema,

mas ainda há versos

se desprendendo de mim,

porque o poema

não acaba quando termina,

mas

se esgota

nas profundezas

das finitudes.

*Texto presente na 69ª edição da antologia poética da Editora Palavra é Arte, de Jardinópolis-SP; e selecionado para integrar a 5ª edição da revista (digital) de literatura Eels, do site Literatsi.

Ronaldo Junior
Enviado por Ronaldo Junior em 22/06/2015
Reeditado em 20/07/2015
Código do texto: T5285804
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