Andarilha
Aprendi a caminhar sozinha,
meu caminho é de pedra e aço.
Nem sei pra onde vou,
de onde eu vim,
caminho porque preciso,
não posso parar.
Saúdo pessoas,
aceno a meio braço,
sorrio de vez em quando.
Alguns eu reconheço,
outros nunca vi.
Porém, a maior parte de mim está guardada,
não vou me expor.
Não vejo a importância de tudo que digo,
as pessoas são seu próprio caos.
Diversas vezes eu quase desisti,
mas ainda não vi o que sempre quis.
Se um dia houver a certeza de que não posso encontrar,
então pararei, talvez.
O sol já me queimou,
o inverno castiga minha pele.
Deveria de alguma forma me livrar desse medo que me assola,
dessa angústia desoladora.
O que é isso que eu procuro?
O que é que eu quero ver?
Caminhos que descaminham,
e me levam,
me prendem.
Mas eu sou livre.
De que modo está descrita minha vontade se nem ao menos pude notar as vagas sombras em meu rosto?
Caminhar, por que parar não está no script...