ANJO
(Socrates Di Lima)
Minha alma estava tosca, fosca,
Meu coração desassossegado.,
Parecia que dormia de toca,
Como poeta aposentado.
Mas, de repente, numa tarde qualquer,
Um toque sutil me fez virar e olhar.,
Embora, numa tela, vi aquela linda mulher,
Como um anjo, em minha janela a me chamar.
E quando abri a janela da minha vida de improviso,
Deparei com raios vivos de luz intensa,
Que tomou meu coração sem sobre aviso,
Abrindo-me uma estrada imensa.
E aqueles raios vieram de um coração lindo,
De olhos de safira que me lembra o mar.,
E eu conheci, peguei nas mãos aquele luzir infindo,
Como cristal, abri meu coração e pus-me a amar.
E quando aqueles olhos sorriram para o meu olhar,
Eu vi que aquele caminho eu tinha que seguir.,
E nada poderia me parar,
Fui buscar, me encantei, apaixonei, pus-me a rir.
Não conheci criatura mais encantadora,
Dela, nada há que se maldizer.,
Quem o diz, peca sem conhecer essa professora,
Que me ensinou muito mais que na vida pude aprender.
Qualquer palavra que me faça expressar,
O tamanho do coração desse meu bem querer.,
É pouca, inexpressiva, diante do que possa esposar,
Ao conhecer, amar essa mulher e sobretudo viver.
E quando ela surgiu na minha vida,
Não me senti mais um poeta desencantado.,
Ela abriu-me seu coração e me deu guarida,
fez-se luz, fez-se amor e eu me senti amado.
minha alegria teve a profundidade do mar,
Sinti-me um menino homem, é minha realidade.,
Aprendi que nunca é tarde para recomeçar,
Quando se encontra na vida uma mulher de verdade.
E por tudo quanto caminhei, na certa,
foi pouco, pelo que ainda tenho neste veio.,
Ela foi minha estrada, sigui sem pressa sua seta,
Pois, ELA foi a luz, uma viga, um esteio.
Com ela, jamais me sinti um ser pequeno,
Aquém-das-minhas pretensões, sem receio,
Com ela, me sinti um louco, devasso, porém, sereno,
Ela foi meu anjo que de longe veio.
E como um anjo apassarinhado,
Voou e o meu ontem virou passado,
Mas, ao me lembrar que por ela fui amado,
Como um anjo em meu corpo ficou tatuado.