POR ONDE PASSA O POETA
Por onde passa o poeta
sangra o caminho
de perfumes e espinho.
E ferem os versos
o avesso do mundo.
E desvira a emoção
e grita a rima
que a alma
se acalma
se espanta
e se aninha
nos braços do vento.
Sopra a brisa
e avisa:
ainda é tempo
de amar
e de ficar louco,
pelo menos um pouco.
É tempo
de deixar rastros
pelas estradas
cansadas
de pés feridos.
Feito versos,
cadentes estrelas,
riscando o céu.
Por onde passa o poeta
deixa uma seta
uma curva, uma reta
e uma encruzilhada,
onde o coração
decide o rumo
dos seus passos.
E o poeta
afaga os versos
e reinventa
os descaminhos
da jornada.
Segue em frente
desnudo, inteiramente
sem destino.
Por onde passa
o poeta
a estrada
se alonga.
Infinita,
jamais se acaba.
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OBSERVAÇÃO...
Este é o poema de fechamento do meu
próximo livro de poemas, que será lançado em agosto/2015
APENAS PALAVRAS.