PLAGA FRIA

Plaga fria que eu contemplo
envolta em brumas sombrias,
não há por que eu temer-te
se me pareces vazia.
Tristonho sudário de um campanário
em que o sino não tange,
esquecido do tempo,
pois as mãos que o faziam
de há muito se foram
a buscar outras plagas,
onde as águas amargas
se fizeram mais doces,
e o Santo Martírio
                       é somente um delírio,
                                   a passar pela noite.



 
Atendendo ao convite de Ana Bailune
e Ana Lúcia Paiva 
para participar do Sarau Literário.