O canto nosso de cada dia
não é só o cantar dos meninos.
É a buzina abusiva,
a impaciência transpirada,
é a vontade de almoçar

É o lixo nas calçadas
os desatres nas estradas
é a plantinha que nasce
à beira de uma esquina

É o atropelamento brutal
é o bar defronte
cujo letreiro diz:
" Aqui,bolinhos sem igual "

É o grito contido
a cara contorcida
é a festa de carnaval

É o corpo nu
a elegância crua
uma buginganga de camelô
é uma fivela prateada
na boca, o nome da amada
que se chama flor