Eu, Opróbrio
Eu, Opróbrio
Eu, de corpo consumido pela lamentação
De chagas abertas e lancinantes dores
Eu opróbrio, caminhando à autodestruição
Alma ferida, assim como meus valores
Eu, ser que a carne virá ser consumida
E os dejetos largados pelo caminho escuro
Eu, de choro surdo, procuro uma saída
A minha desonra maldizeres esconjuro
Eu, que desfalece aos pedaços e aos poucos
Que clama a piedade da Divina Providência
Eu que nesta loucura de gritos roucos
Sinto entre Deus e eu uma grande ausência
Eu, moribundo ser acometido pelos horrores
Das vis armadilhas impostas pelo destino
Eu que caminho a trilha dos eternos sofredores
Culpado até as entranhas por ser um eterno malino
Eu, de falas sofridas e de dores pungentes
Que brada injustiças e suplicantes impropérios
Eu, credor das benesses tendo alma doente
Percorrendo dos opróbrios aos vitupérios
Eduardo Benetti