Já não sinto saudades
Nem de mim nem de mais ninguém
A saudade é adereço inútil
Que não combina com os anos vividos
Ter saudade é ter perguntas
Que não têm mais respostas.
 
Mas a rendição da saudade
Não me fez nem um pouco mais feliz...
Queria ter saudades e, tendo, existir
No resto de tempo  que há para ser.
 
Mas como entender, como ver
O horizonte que escondemos por fraqueza?
Não sentir saudades talvez apenas seja
A morte ficta
De toda realidade e beleza.