Cara-metade II
O menino perseguia o adulto
por onde ele andasse —
assim tudo podia,
sabia das coisas, decidia, vivia.
Menino, construía sonhos —
crescido se via e aprendia.
Agora já na meia-idade
lida com seus códigos e seus estatutos —
tem a existência cheia de limites.
Adulto, o menino sonha
com a irreverência e a ousadia
daquele menino que tudo podia
em sonhos.
(30.09.2001)