O dia era uma noite-manhã
e, a serenidade se expirava da face.

A face era um eu-outro
e, os olhos não se viam.

As mãos eram um lugar
(in)seguro pela presença.

E o coração é um sentido
(des)contente em seu pulsar.

Mãos, sem palmas.

Mente, desentendida.

Coração, em amor furtivo.

Um eu passando sempre por outro eu.

E, ambos sozinho!

Mas no caminho, havia o outro. Não o eu, mas o outro.

E, por decisão se tornou um eu-outro de ambos.

Mas que sempre se mostra (des)afeto ao outro. 

Agora, quem olhará para a manhã ou para o cair da tarde?

Somos sempre um eu esperando pelo outro,
exatamente porque só nos encontramos no eu-outro.
 


 
Rubens Martins
Enviado por Rubens Martins em 16/06/2015
Reeditado em 22/07/2016
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