No escuro


Tudo é menos óbvio 
Entre o escuro e a dor
O sol invade com afago 
O dia em cores
Que torna a natureza tranquila 
E infinita
Tenho no escuro a paz 
Sou o meu amor 
Na fantasia em castelos
O desengano vai 
Com a chama de um mundo vão
E espalha meus gestos
Lavo as mãos num fio de vinho
Que alisa os meus sonhos
Fecho a porta das lembranças 
Num gesto coeso
E apago o silêncio 
No escuro 
Minhas células aparecem
Organizadas na solidão 
Em estágios
Para formar um livro
Livre e líquido 
Que escorre nas veias
Buscando o encanto 
Na minha infância 
Sem tempo e sem registro



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Gernaide Cezar
Enviado por Gernaide Cezar em 15/06/2015
Reeditado em 02/07/2015
Código do texto: T5278151
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