No escuro
Tudo é menos óbvio
Entre o escuro e a dor
O sol invade com afago
O dia em cores
Que torna a natureza tranquila
E infinita
Tenho no escuro a paz
Sou o meu amor
Na fantasia em castelos
O desengano vai
Com a chama de um mundo vão
E espalha meus gestos
Lavo as mãos num fio de vinho
Que alisa os meus sonhos
Fecho a porta das lembranças
Num gesto coeso
E apago o silêncio
No escuro
Minhas células aparecem
Organizadas na solidão
Em estágios
Para formar um livro
Livre e líquido
Que escorre nas veias
Buscando o encanto
Na minha infância
Sem tempo e sem registro
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