Matar meus poemas
Hoje acordei disposto,
A matar meus poemas inúteis
Porque deles eu desgostei
Ou talvez jamais tenha gostado.
Hoje acordei disposto a queimar
Oferece-los em holocausto
Pela insignificância que são
Inquisidor dos próprios sonhos tolos.
Revisei um a um,
Tentando definir uma ordem
Organizar um método.
Percebi que são gritos.
Tanto faz se saem da boca
Ou da alma,
Os gritos são livres do gritador,
Não importa se não os escutam.
Hoje acordei disposto,
A perpetrar um crime impossível.
Plainarão livres os meus poemas
Na sua (in)significância