NaCarne
E quando sofrimento apertava... tosava os cabelos
a dor saltava aos olhos
e o sorriso não aflorava
E quando a saudade chegava...tudo era vento frio da madrugada,
tudo era infeliz silêncio, tudo era falta de sonhos
tudo
era tormento
E quando a lembrança aflorava... tudo era fuga, correria de pensamentos,
visão límpida, alma turva, dor sem fim
e lágrima
E quando a dor machucava...cortava os cabelos como que corta um pedaço da carne esperando retirar
o mal
E quando tudo era dor,
uma beleza estranha, na loucura da fuga aflorava a tez
e tudo
era rancor
E quando tudo se tornou dor
o Amor era ferida, os dias eram frios
e lágrimas corriam feito rios
Amor?
E quando tudo era somente dor,
não entendia porque Amor se tornara
covardia,
tristeza
e melancolia
e resolveu pensar...
cortar
na carne...
e
desamar.
Brasília, DF - 2012.
- Do imaginário poético.