QUE SEJAS TU...
QUE SEJAS TU...
Que sejas tu a poesia, toda alvorada
que traceja na alma uma oração
úmida de cânticos suaves..
Que sejas tu, a poesia, a greta dos meus olhos
donde verto a tinta, com que penejo teu nome
Somente o teu nome...
Que sejas tu, a poesia perene que tirita e palpita,
ao meio das labaredas e dos
vergéis tolhidos, das planícies intrínsecas
de um surreal e rebuscado verso...
Que sejas tu, a poesia que alenta um beijo na boca
que te beija o ventre, que te consuma em chamas...
Que sejas tu, a poesia que disfarça o tempo
que em minhas mãos, são como pétalas recônditas...
Que sejas tu, a poesia e o erotismo de uma lágrima
onde sal noturno insula a espuma lasciva dos sonhos...
Que sejas tu, a poesia de todos os poemas
onde perpetue as brumas dos teus infinitos versos
Que sejas tu, toda poesia, todo meu amor...