Poema para o camponês
Ê, ê você meu amigo camponês
Se quando você corta a cana
Pudesse o sumo dela trazer as marcas da luta
Seria um suco com gosto de suor.
Se o sol que queima sua pele
Fosse ele transferido para o suco
Ninguém acharia doce a garapa
Fosse sua historia
amalgamada na moedeira
Todo o suco da cana seria grosso
como o é a graxa que lubrifica o trator
Ê meu amigo camponês
Até quando, por quanto tempo
Serás ainda explorado pelo latifúndio
Por quanto tempo serás pego nas emboscadas
Por quanto tempo seu corpo não será velado
e seus assassinos transitarão livres
A terra que somente tu conhece as técnica,
não deverá ser sua somente para lhe receber o corpo
Até quando o arroz, o feijão, a mandioca
Que tu produz, com suor, de sol a sol,
chegará no seu prato como benção da natureza
És meu amigo, és meu irmão
Não tardará o dia em que verei tu
Dono dessa terra