Hoje acordei como foto antiga, desbotada e saudosa, recordando o dia que, sem muito querer, desocupei o ventre de minha amada mãe. Foi assim:
Naquele dia quando a lua
careceu cobertor da terra, nasci
era todas as horas madrugada
telhado real chorou tant´água
nos buracos desse chão
que a lama virou colchão
e guardanapo virou anágua
era tanto grito e tanta dor
que ódio vaidoso até pensou
errado tivesse ganho do amor
tanto tempo varreu o chão
perdi a cor do algodão
cabelo cor de milho fez flor
mas teimosia, fez morada
moça demais já não ama
carro de mão desmanchou
crença no amor virou cordel
e o gato da casa antiga
morreu embaixo da cama
* * *
O "nascer" da menina de cabelo cor de milho
(contado por ela )