Memórias quebradas
És para mim poesia dos meus dias
Meu peito apenas uma pista de pouso
A oferenda da minha devoção
Na plena certeza de não amar mais ninguém.
Dentro de mim povoam muitas galáxias
Sou uma vastidão de planetas inabitados
Sou um horizonte de poemas
Sou navegante do mar da solidão.
Sou viajante do universo
E não me agrada provocar os dragões
Habitantes do solitário astro
Sombra daquilo que me chateia
Nos tempos amargos e sem graça
Feito aromas que me chegam atrasados
Nos sabores dos pratos degustados.
Na magia de uma estrela cadente
Aponto para o céu e faço um pedido.
As lagrimas caem salgadas
Entre as feridas que ela mesma rasgou.
Percebendo as lacunas que existiam em mim
Meu silêncio grita sem voz.
E em tamanho desencanto
Vozes farpadas em memórias quebradas
Retratam resquícios de mim.