ESPERANÇA
(Sócrates Di Lima)
Eu perdi a esperança,
em amar quem não me queria,
É como ouvir uma criança,
Em dizer o que ela não queria.
O importante é nunca desistir,
e só o fazer quando não mais sentir,
E reciproca de um querer,
Que se sabe, que não vai acontecer.
A esperança é uma velha surda,
Que nunca quer morrer,
Se faz eternamente surda,
Para ninguem nela descrer.
Esperar é ter paciência...
É ter a virtude da hora propria,
Porque esperar tem relevância,
Quando a fé da alma se apropria.
O que seria do amanhã,
Se não houvesse a esperança,
É como sentir o cheiro da maçã,
No limiar de um dia d etotal bonança.
Estado do mar em comunhão,
é quando o tempo voltar
a ser propício à navegação,
De um doce marejar.
Eu não desisto assim tão fácil,
Só quando fala mais alto a minha razão,
Em entender o que é mais dificil,
Se manter na eterna emoção.
E assim, para tudo há esperança,
Até para um novo amor,
Como o futuro é para a criança,
Que nunca a perde, antes de morrer.
Esperança de ver o amor chegar,
Em vestes brancas correndo pela relva,
E em corpos unidos em solo despojar,
O sentido do amor que o destino reserva.