FERIDAS E REVELAÇÕES
Espíritos errantes,
de uma outra vida,
aportam sobre cenas e lugares.
Não outros.
Nós mesmos.
Tangenciam sentimentos.
Esmolam alívio e afeto.
Escoram-se atrás de portas,
olhos baixos e baços,
envergonhados.
(o que terá sido?)
Inflexível arte.
Impressões, talvez,
sob a luz, a sombra e seus contrastes.
De longe o oceano brama.
Sinistramente.
Como nós.
Como nossos temores.
(onde, onde, por quê?)
Um corvo-marinho passa,
espalha seu som motorizado,
mergulha nas águas,
sai recompensado.
Um cão vagabundo corre pela praia,
sacode a maresia do corpo,
cauda balançante,
freneticamente late.
Ambos estão felizes.
A descoberto.
13/06/2015 03:45