Braços
Meus braços tão largos,
acomodam o vácuo,
Queria eu dizer quero,
Mas me nego a ser negado
Meus braços abraçam
o vazio do abraço,
Abraços sem braços,
Braços debruçados
Braços tão pequenos,
E largos, como o espaço
Perdem tanto sentimento
Apanham todo bagaço
Mas ainda, braços que almejam, com medo,
livrar-se dos estilhaços,
Desenham traços
para quem sabe abrir outros espaços
Espaços que necessitam
de um único passo,
para que o desembaraço
me tragam novos desejos, novos braços
Pois estes braços cansados
precisam de um braço estrangeiro,
Direito para o direito,
Lado a lado.
~Rafaela Malon