Da Maciez

Tomo o meu remédio!...bebo sua ternura!

pois meu mal não é tédio...não me dói a tristeza;

a dor...o assédio do doer, nessa tristura,

chega por intermédio da indelicadeza.

Por ser delicada, a sua palavra cura;

ainda que não falada...mesmo com voz presa;

tanto que, teclada na minha noite tão dura,

abre a estrada da maciez na dureza.

Uma lua macia tecla no meu olhar!

(sedosa poesia numa tela de aço)

mas nesse noturno dia falta um pedaço

da lua minguante, mordida pelo luar;

e nesse, faltante, leio seu amaciar...

luz amaciante pro meu sol duro e baço.

09-06-2015

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 09/06/2015
Reeditado em 11/12/2015
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