O Indigente
Perdeu o controle do tempo,
faz tempo que age assim,
perdido no vão da renúncia,
prenúncio encostando no fim.
Vive mesmo como um indigente,
carrega um sorriso sem graça,
e a fome dormindo ao lado,
nos becos e nos bancos da praça.
Enquanto os outros, nas mansões,
trabalham incansavelmente,
para aumentarem a desgraça, não só dele,
mas, também a nossa desgraça.
Sei que é indigesta, mas essa; é nossa realidade.